domingo, 29 de agosto de 2010

ENTREVISTA DE MARGARIDA BRANDÃO FERNANDES DE ARAÚJO - JORNAL O MOSSOROENSE

Forte e determinada, Margarida Brandão Fernandes de Araújo, natalense, 39 anos, é, acima de tudo, mulher. Com nome de flor, dispensa explicações para o fato de ser sensível, inteligente e cheia de iniciativa. A major Brandão, como é chamada pelos companheiros de farda, impõe respeito. Não apenas pelo traje que compõe uma mera formalidade. Mas pelo que está dentro da farda de Policial Militar (PM): sua alma e seu coração.

Há oito anos, ela, que é casada e mãe de duas filhas, se dedica a um projeto nobre que ajuda a resgatar crianças e jovens do mundo das drogas. Além de coordenadora estadual do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) pela Polícia Militar, consegue ser mãe, esposa, profissional e educadora. Uma profissional admirável que, sem dúvida, honra a farda que veste. Um orgulho para todas as mulheres e um exemplo de mulher.

João Bosco Fernandes e Maria Wilma Brandão Fernandes, seus pais, se orgulham da vida da filha, dedicada à polícia desde o ano de 1990 quando ingressou na corporação. Desde o início Margarida já demonstrava seu espírito inovador, ingressando na primeira turma de Policiais Femininas, denominada Pioneiras Potiguares. Não só orgulhosos, mas presentes, os pais e, sobretudo, a mãe, foi a grande incentivadora do desejo de ingressar na carreira militar.

Ano a ano, por mérito, passou de soldado a major. Bacharela em Segurança Pública, formada em Letras e pós-graduada em Técnica de Ensino, o currículo impressiona e justifica as honrarias. Mas o que poucos sabem é que a policial forte já foi bailarina e pianista e o trabalho no Proerd ajudou a conciliar suas paixões. Outras paixões em sua vida têm nome e sobrenome: o major PM Arthur Emílio Monteiro de Araújo com quem é casada e as duas filhas, Luiza Brandão, 12 anos e Larissa Brandão, 10 anos.

por: Amanda Melo

O Mossoroense - A senhora já foi bailarina, tocou piano. Eram duas paixões na sua vida. O que a fez largar este caminho?

Major Brandão - Consigo em minha profissão realizar as minhas paixões: A música e a dança desde criança através de cursos de músicas e idiomas, desenvolvi habilidades que ajudaram a formar a minha personalidade. Hoje, o Proerd possibilitou o desenvolvimento da minha vocação artística, tanto na música quanto na dança. Além disso, nossos 7 CDs de paródias são utilizados como principal atrativo para os jovens, transmitindo mensagens positivas e inserindo a juventude cada vez mais no programa. E a dança auxilia na elaboração das coreografias e a montagem dos espetáculos das formaturas, tudo pode ser visto e ouvido em nosso site www.proerd.rn.gov.br

OM - A senhora sempre pensou em trabalhar como policial ou foi algo que aconteceu por acaso? Conte um pouco como foi seu ingresso na polícia.

MB - Fui beneficiada pela abertura do espaço para mulheres em um ambiente que era apenas constituído por homens, foi uma grande conquista e um sonho realizado. Além disso, através do incentivo da minha mãe, ingressei na carreira militar. As filhas sentem bastante orgulho da profissão dos pais e sempre acompanham todos os eventos relacionados ao Proerd.

OM - Qual o lado do seu trabalho que lhe dá mais prazer? Você já conheceu alguma parte do Brasil devido a sua atividade?

MB - O meu maior presente profissional e pessoal é fazer parte deste programa e poder contribuir para construção de uma geração mais sadia, justa e feliz, como também , poder colaborar para a segurança cidadã.

Através do programa já conheci e trabalhei em muitos estados do Brasil, inclusive em outros países. O Proerd é desenvolvido em todos os estados do País e em 54 países. Sendo O Rio Grande do Norte referência nacional.

O programa é desenvolvido no Estado em 27 municípios e esta semana o programa foi implantado nos municípios de Mossoró e Areia Branca.

OM - O que mais a deixa encantada no nosso país?

MB - É a força, a garra e especialmente a esperança do povo brasileiro em um Brasil cada vez melhor, justo e com igualdade social.

OM - Trabalhando na área de segurança pública em um país como o nosso, onde a violência tem ganhado proporções alarmantes, qual o seu maior desejo para mudar a sociedade?

MB - Que as políticas públicas sobre drogas de fato sejam vistas como prioridade no nosso País.

OM - Por que e como se interessou pelo Programa de Combate às Drogas? Como é trabalhar com o Proerd?

MB - Pela necessidade do meu trabalho, sentia uma tristeza muito grande quando tinha que resolver ocorrências que envolvia crianças e adolescentes, dependentes químicos e de presenciar o sofrimento das famílias na busca de ajuda. Então em 2002 tive a oportunidade de fazer a minha primeira capacitação na área de prevenção às drogas e à violência. Trabalhar no Proerd é a minha alegria. Cada dia levanto e tenho a certeza que estou contribuindo para um mundo melhor, que estou fazendo a minha parte.

OM - Como coordenadora do programa, qual o sentimento ao ver crianças e jovens ficando mais longe das drogas e da violência?

MB - Sensação de missão cumprida e que ainda posso fazer muito mais.

OM - Quais as suas metas daqui pra frente: para o seu futuro e também o que almeja para o futuro do nosso país?

MB - O que realizo hoje posso considerar um marco profissional na minha vida, não só pelo reconhecimento da sociedade potiguar, mas também por muitas instituições no Brasil que têm o trabalho desenvolvido pelo Proerd do Rio Grande do Norte , como referência

OM - O que a senhora espera da sua profissão em uma perspectiva de futuro para nossa sociedade?

MB - Espero que a qualidade de vida da sociedade brasileira possa continuar avançando e que possamos juntos buscar soluções para os problemas que irão surgir, na tentativa que nossos jovens procurem alternativas mais saudáveis para a sua vida.

FONTE: JORNAL O MOSSOROENSE, (17/10/1872), EDIÇÃO DO DIA 29/08/10(DOM)

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